Hanna Arendt e o Cinema Alemão no Cineclube Provocação
Para quem gosta de cinema, o Expressionismo Alemão é fundamental para entender as ideologias que se manifestam no século XX. Um movimento artístico que influenciou o século, sendo uma vanguarda que insere a psicologia, a pintura, a escultura e a literatura ao cinema. Filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920) de Robert Weine, “Nosferatu” (1922) de F. W. Murnau, “Metropolis” (1927) e “M, o Vampiro de Dusseldorf” (1931) de Fritz Lang, fazem parte da filmografia básica do cinema universal e marcaram a Alemanha antes da ascensão do Nazismo, sendo criticada pelas autoridades, provocando a imigração de muitos diretores para a indústria cinematográfica norte-americana, que incorpora novos talentos, temas e realizações.
No período do Terceiro Reich (1933-1945), do partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, a principal representante dos ideais e estéticas Nazistas foi Helene Bertha Amalie Reifenstahl (1902-2003), mais conhecida como Leni Reifenstahl. Seus filmes são registros sobre a grandiosidade do poderio alemão e hoje são muito estudados nas Universidades por serem filmes da história, propaganda e ideologia. Alguns filmes da diretora são “A Vitória da Fé” (1933), “Triunfo da Vontade” (1935) e “Olimpíadas e Mocidade Olímpica” (1938), posterior a Guerra, a diretora entra em um ostracismo da indústria cinematográfica, mesmo assim, consegue produzir diversos documentários com outras temáticas.
Nos anos 70 a Alemanha tem uma safra de diretores reconhecidos e influentes, como é o caso de Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) com filmes maravilhosos como “O Medo Consome a Alma” (1974), “Lili Marlene” (1981) e “Querelle” (1982) sobre a realidade germânica pós-guerra, a imigração, o preconceito, o neonazismo e a divisão entre Alemanha Oriental e Ocidental. Klaus Kinski (1926-1991) é outro diretor de importância do cinema alemão, seus filmes são “Aguirre, a Cólera dos Deuses” (1971), “O Enigma de Kaspar Hauser” (1974) e “Nosferatu – O vampiro da noite” (1979) entre tantas outras realizações. Finalmente o diretor Wim Wenders (1945) com “Paris, Texas” (1984), “Tão Longe, Tão Perto” (1993), “Buena Vista Social Club” ( 1999) e por último o filme sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, “O Sal da Terra” (2014).
O Cineclube Provocação de Caldas Novas, coordenado por Helena Carvalho, debaterá o filme “Hannah Arendt – Ideias Que Chocaram o Mundo” (2012) da diretora Margarethe von Trotta, seguindo a linha de filmes interpretados e dirigidos por mulheres, dando ênfase ao papel feminino no cinema. Arendt foi uma filosofa alemã de origem judaica que imigrou para Estados Unidos fugindo da ascensão Nazista na Alemanha. A filosofa criou a expressão “Banalidade do Mal” ao acompanhar o julgamento do nazista Otto Adolf Eichmann, sequestrado na Argentina pelo serviço de inteligência judeu (Mossad) para o julgamento e condenação do carrasco alemão.
O filme é um exercício intelectual de tolerância e memória. O debate acontecerá no dia 25 de abril, às 19 horas pelo Canal do Youtube do Cineclube Provocação. Não perca.
Por Francisco Lillo
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